domingo, 16 de janeiro de 2011

Todas as coisas no mundo

O meu varal de roupas secas
Devagar passa no meu alento
Diante dos meus passos
Frios e esparramados

A minha varanda de sapatos molhados
Leva e trás certas lágrimas
De outros passos pesados e tristes
Cobertos com muita neve

Meu baú de lembranças velhas
Hoje não mais enferrujadas
Possuem luvas de seda
Chapéus e curvas de medo

Aquele casaco vermelho
Jaz um cheiro diferente
Já se faz distante
Perto dos cachecóis amanhecidos

E as minhas cartas...
Embrulhadas no anel
Embrulhadas na caixa
Embrulhadas no manto de ouro
Aquele do qual preferia não ter de cuidar...
Mas se fez necessário.

Todas as coisas no mundo
Se encontram nelas
Belas palavras
Minhas palavras
Como lembranças
Breves e longos lampejos
Guardo-as no fundo, junto das bonecas bem cuidadas
E dentro das minhas boas e mais bonitas lágrimas.


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