quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Encenação

Mas pra que tudo isso?
Esses palcos, malabares
Vidas montadas e desmontadas por cidades e pessoas...
Espetáculos soltos e coloridos.
Doloridos,
Contorcidos.
Meias pessoas andam pela direita, meio coração na esquerda
E ainda tentam ler por costas.
Interrompem o alento... o silêncio, a face, o desapego, a ordem

Violam seus olhos
Apunhalam almas
Arrancam seus cabelos... mas por dentro
Emoção e fortes cores,
Doces e surdos pavores
Me deixam andando sozinha até que outro alguém acompanhe.

Ah, deixa isso de lado

Quarta-feira


Cheia de objetos, artifícios, pessoas usando-os
Perdendo seu tempo
Atirando o desnecessário
Pintando em tons pálidos a cor da rainha
O dia está por seu fim
Eu ainda tento entender
Se por palavras deixada debaixo do chapéu de festa
Se perdeu o sentimento e as boas lembranças
A minha agenda está vazia,
A deletei, não guardei nenhum número.
Não vou começar de novo,
Se comecei tanto e sempre deu errado.
Que tal consertar no meio do caminho?
No meio do calor? Das pessoas? Sempre esperar um bom fim de semana, uma sexta-feira bonita...
Pessoas mais caladas, sem duas bocas, três por vez.
Deixa isso de lado, tantas coisas ao ar...
Damos importância a tanto lixo....
Também nos tornamos lixo.