quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O crime da metade


Eu odeio essa coisa de metade. 
Ter amigos pela metade, deixar a comida pela metade. 
Arrumar casa, escrever, ouvir música, dormir,
 sorrir, dançar, viajar, tudo pela metade. 
Odeio ainda mais tratar e destratar sentimentos como se fossem objetos, 
e cuidar de mau jeito. 
Dar carinho quando sobrar tempo, ligar quando não tiver outra coisa pra fazer, falar que está com saudade quando não houver outro recurso. 
Falar que ama só pra não deixar o outro falando sozinho, sem sentir vontade. 
Dizer que está com raiva, e não falar o motivo. 
Esperar sem saber o quê. 
Agir quando estiver tudo no fim. 
Pedir outra chance quando as coisas estão desmoronando. 
Se declarar e compor uma canção, quando alguém estiver em lágrimas. 
Ser metade  e agir metade é injusto com o próximo que você diz amar, até pela metade. 
Existem sempre pessoas dispostas a serem completas, a agirem direito, a se dedicarem por inteiro, tão logo pedimos; metades, não se aproximem daqueles que saibam ser inteiros.

Dores que impulsionam

              

              Nessa quinta-feira da vida, você não consegue imaginar onde meus pensamentos estão alcançando...eles desenharam nuvens de tristeza, e delas, choveram lágrimas, que desceram a cada cena melosa do seriado que me dediquei assistir.
Pois comecei a mensurar meus feitos e não feitos, minha infelicidade, meu buraco molhado (que eu mesma cavei). Sei que esse dia triste não é como qualquer outro, em que você chora, se vê desenhado no fracasso, na fraqueza, na dor, e depois passa. É aquele tipo de dia, que de alguma forma estranha, te impulsiona a fazer algo melhor.

              Uma semana após escrever sobre cartas na mesa, tenho muita dúvida do que descrevi. Parece que as coisas mudaram, e você provocou isso. Permiti que inundasse de coisas ruins cada centímetro bom que estava ocupado em mim. Os meus planos maiores não foram para frente, de tão mal que me sinto, de tão sozinha e vazia.
Pra dor me abraçar, só encontrei livros, bons programas de tv e dedos para digitar sobre o meu comportamento lamentável. 

              Tanta vida lá fora, e eu já morta aqui dentro. 
Eu não quero conversar com ninguém, sabe como é?
Nem ficar reclamando constantemente por falta de atenção, eu estou cansada dessa luta espinhosa e sangrenta. Estou naqueles momentos de levantar bandeira branca, sem ter força necessária nos bracinhos branquelos. Não me sinto abraçada, afagada por ninguém, e como disse, acho que não quero isso. Pois chegou a um ponto que a autora da minha história, tão logo EU, preciso decidir o que fazer e a vida que quero levar. 
Essa dificuldade me machuca de forma tão grande e intensa que eu só sei rezar pelo fim de semana chegar. Eu rezo e agradeço quando vou dormir, são oito horas sem pensar tortuosamente na tristeza, nos momentos de depressão...

Quem poderia me resgatar, resolveu me deixar pra lá, então, aproveitem o fim do dia.

Dia de total tristeza



“Essa escuridão tem um nome?
Essa crueldade, esse ódio, como ele nos encontrou?
Ela se meteu em nossas vidas, ou nós a procuramos e a abraçamos?
O que aconteceu conosco?
Quando perdemos o nosso caminho?
Consumidos pelas sombras, engolidos completamente pela escuridão...
Essa escuridão tem um nome?
Acaso, é o seu nome?"