domingo, 14 de novembro de 2010

Eu poeta

Eu sou poeta.
Mas ainda não consegui descrever aqueles nossos versos
Que passaram na grade da minha janela
Depois de correrem por nossos lençóis

Eu sou poeta.
Porém não consegui identificar qual palavra
Aquela do qual você usou para tirar o meu sono
E me petrificar depois das 2 da manhã

Eu sou poeta.
Mas não sou atriz de lágrimas
E não sou formada através de riachos escuros
Cheios de terror e fumaça

Eu sou poeta.
Eu não sou você
Então posso colecionar muitos corpos e muitas almas
Estendê-los num varal curto
Mas prometo que eles serão vítima dos meus cuidados

Eu sou poeta.
Não sou eclétic/a e sou chei/a de dúvidas
Desventuras, ás vezes formada de vivacidade
Não sou formada de muitos palcos
Muitas formas e cenários
Mas sou poeta nos meus sonhos e no interior de alguns.

O que eu sou?
Ás vezes acho mais prudente...
Abdicar do meu poder, deixar tudo fugir
Desvencilhar do seu caminho, vulgo pedacinhos do inferno
Poeta nada, mas eu ainda vou aprender o que é ser, e o é querer ser.

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