sábado, 23 de abril de 2011

O fim do pra sempre.


Apresentação

O guardanapo de um restaurante. A caneta de um garçom. Os olhares redondeavam o lugar e procuravam pelo mesmo. Um jantar discreto e sozinho, com lugares únicos e cardápios vazios. O interesse ligado ao ar, e aquele céu tempestuoso prestes a desmanchar. As rosas postas ao balcão. O som de um piano desvendando a canção, e o ambiente pedindo para gritar. O toque dos calçados ao piso refinado, os talheres, o cheiro; o olhar molhado. Uma bela moça entrou de verde perolado. - seu arranhar desafinado do sapato reluzente e provavelmente caro. A cintura fina, expressão ultrapassada. Sentou-se a direita de uma fonte leve e silenciosa. Observou o que de bom tinha para aquela quinta-feira. A lua estava sobreada dentre as nuvens e ela observava atentamente. O garçom percebeu seu desfeito ao lugar e lhe ofereceu os pratos daquele dia. Ela escolheu algo que nunca havia experimentado. Ao longo dos minutos, degustou seu vinho preferido e encarou os olhos que encontrava por aquele lugar. Encontrou um em especial que lhe chamou mais atenção. Alguém espontâneo, seus olhos apertados e marcados pelo brilho.
- Ele devorou seu olhar.
Ela não suportou e guerrilhou por desviar.
Esperou seu jantar e basicamente nem se encorajou a olhar por lá.
O garçom se desculpou pela demora, mas ela nem havia notado. Agora já não notava mais nada, além de seus olhos tristes. Então, ele se retirou, mas pensativo. (...)

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