terça-feira, 17 de abril de 2012

Normal?

No mesmo dia, sem se quer levantar a cabeça do travesseiro, eu estava chorando. De um silêncio desesperador, em um horário negro de pesadelos que repetiam meus medos. Essa semana já começou bem. Bem mal. Ao invés de xícaras de café, tomei xícaras de lágrimas doces. Pois não me sentia prioridade, nem importante. E fiquei me perguntando o dia inteiro sobre o que fiz de errado. Antes eu recebia surpresas, rosas, cartões, presença. Neste presente recebo amargura, abandono, solidão. As coisas ficaram embaçadas do nada, e eu sinto muita falta. Aquela saudade carente, que assiste de olhos marejados todas situações em que você não conseguiu se encaixar. Eu ansiava por estar com várias pessoas, mas ultimamente tenho ficado preocupada...em me sentir triste a cada hora. Me senti enfurecida, angustiada, jurei que havia voltado a "depressão". Minha mãe me assistia definhar, sem o que fazer. Sabia que se me questionasse, eu negaria qualquer opção absurda. Então ela me deixou de lado, e fez o melhor que podia: permaneceu em silêncio e respeitou a minha dor.  Estava me afundando a cada minuto, sozinha, cavando meu próprio buraco solitário enquanto amigos tentavam de forma vã me puxarem para fora. Um humano me alertou da raiva que estava alimentando, do negativismo que me rondava e me fazia apodrecer. Eu rebati, não quis aceitar. Solucei e fiquei me perguntando se aquilo era verdade. Comecei a me acalmar, temporariamente. Fui organizar a bagunça dos cômodos frios de casa, e a cada memória falida que me vinha a cabeça, eu voltava a meu estado doentio. Neste momento, uma humana me descreveu um dos momentos que mais sinto falta na vida. Ela resgatou os dias em que só haviam sorrisos e amor sincero. Em que um ansiava a presença do outro, e que quando se encontravam, emergia uma luz única, de dar inveja. Então eu chorei mais, mais, mais. Eu não estava triste. Eu adormeci de surpresa, parei no tempo, e quis resgatar aquilo. A saudade tentou pescar felicidade, mas não funcionou. E eu disse do quanto me doía ter perdido essa realidade. E essa humana me pediu para acreditar. Disse a mim mesma que eu sempre acredito, por isso estou aqui, mas que eu quero todo o passado confortável de volta. Então, fui atrás do que eu quero.

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