Chega 18 e eu digo:
Passei a semana com muita dor, meus pés nem tocavam o chão. Sentir a falta de controle dos membros é horrível. Tive que abdicar dos meus afazeres, da aula, das piadinhas cotidianas e de alguns pontos vitais. Os cinco dias passaram voando, e aos pouquinhos fui recuperando a sensibilidade. Não foi como vencer desafios, barreiras, coisa e tal, foi mais como "adiar"...fugir por tempo determinado. Determinado ali no papel, onde o ortopedista escreveu "7 dias de repouso". Quando comecei a recuperar a razão, fui resolver as vértices da vida. Desembolar meu sustento e tentar desenhar. O mais legal é que não é a coisa mais difícil do mundo.
Chega 19.
Me movi para fornecer calor as pessoas, um afeto sincero e um afago doce. Quando voltei para meu refúgio, senti que algo estava para acontecer...e fui testemunha da amargura que eu fui obrigada a engolir. Lágrimas amargas se mostravam na minha cabeça, parecia premonição. Foi só viver cada minuto que os monstros apareceram e tornaram realidade aquela tristeza. Nada batia, se encaixava, era difícil de entender, explicar, contornar ou evitar. Tudo pareceu acabar naquele poço de estranhez. Eu tentava encontrar a saída, mas tudo estava tão embaçado... e assim permaneceu por horas. Veio a fúria e levou o que restou com um sopro sutil. Então as coisas melhoraram por um tempo.
Chega 20.
Foi bom por alguns momentos, mas depois parou. E tudo retornou as minhas costas. E vem a briga, a direção, a sinceridade sem medidas. Veio uma tempestade e nos levou, um para longe do outro. Compro desespero na promoção, eu nem comi, não consigo nem pensar. Me pergunto se suportarei... mas estou sem forças, como o farei? Então fui assistir uma série legal e deixei de ser vegetal. Deixei as lágrimas cansadas de lado e raciocinei por 5 minutos até pegar no sono. Eu ainda morria de tristeza lá dentro, mas pelo menos não assustei minha mãe (mais uma vez). Claro que eu rezei até pegar no sono e clamei por razões brutas. Acordei e notei a mudança, eu respirava mais aliviada e alguém me chamava. Por tudo que há de bom no mundo, recuperei o senso e me coloquei no lugar que pertenço. Isso foi tão bom quanto estar em Janeiro de 2011. Recomeçamos.
...Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada.
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