Vem quem tira meus maiores amores
Não com faca, nem armas, fuzis...
Mas com um leve sopro,
Gelado e atordoador.
Ceifeiro de cabelos grisalhos
Sem expressão
De longo, doente cajado
Escreve em linhas certas,
Nomes turvos,
Vítimas cotidianas
Visitas ao hospital
"Visito casas, bares e ruas
Não devolvo nada
Pois também viro pó de meu próprio papel."
Nem espero cortejo, abraço, despedida
Só que foquem seus olhos
No ritual de partida
E que lembrem-se bem do ente
Pois será a última vez que o verá acima da terra.
Eu não conheço suas células, nem seu sistema
Não fui apresentada ao seu jeito, idéia, viver
Mas me descreveram muito bem sobre seus feitos e dotes
Derramam gotas cristalinas pela perda, qualquer perda.
Sentindo a dor alheia, por não lembrar tão bem o que fazer, como da última vez
Rezo para que esteja em melhor aposento, melhores lençóis, e que ainda torça por quem te ama aqui.
Agora precisamos de forças, eu para compartilhar, eles para superar.
15/03/11 # Em memória ..
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