Em algum ontem eu tive vontade que chovesse. Preparei-me para perceber as gotículas descendo do céu e se juntando com as outras. Tinha planos em mente para esse clima. Esperava por uma chuva fresca, fina; mas densa. Olharia o céu pesado, sem trovões e relâmpagos que me assustam. Imaginaria simplesmente o brilho de seus olhos de frente aos meus. [...] Pela manhã, o sol brilhou, meio frio; mas estava ali. Pela tarde, o céu estava fracamente azul e as nuvens aos poucos se juntaram; formaram chuva, juntamente ao sol. E então o arco-íris apareceu. Suas cores vívidas, cheias de contrastes, mesmo que ele não estivesse tão forte. Á noite percebi as nuvens numerosas, um céu sem estrelas, sem direção. Talvez estivesse me convidando a lhe fazer companhia, pois eu me sentia assim. Fui andar e me ocupar pelo tempo e pela cidade. Notadamente senti um silêncio inoportuno que fez meu estômago brigar com a patética ansiedade. Mais tarde, mas não tanto; lá estava ela. Imperfeita, forte, e além do mais, cheia de barulhos e desespero. Os planos mudaram como a tempestade. Despedacei-me aos poucos, diante das gotas frias e pesadas. E diante desta noite, me vi com um desespero oculto. Não oculto, interno. Como se planos nunca mudassem e reações nunca emergissem. Os olhares foram surpreendentemente exaltados. Talvez aquela noite fosse o cúmulo de certos acontecimentos, talvez eu agüente mais um pouco. Nem meses vão te recuperar.
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