quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Depois daquele tempo



Como começar a escrever depois de meses?
Acho que parto da necessidade frustrada de tentar compreender o mix de sentimentos presentes em mim atualmente. Eu não vim pra escrever bonito, mas pra tentar me sentir leve...
De certa forma, as palavras sempre foram a forma que mais me cativaram e delinearam o formato dos meus medos, das minhas angústias... das minhas noites sem sono, ou das vezes que durmo por dias, para a própria fuga.
A vida se transformou em cenas engraçadas. Contorcidas, pingantes, sem planos ou expectativas. E nesse momento que me sinto mais perdida, talvez seja a hora exata para o reencontro.
E fico presa nessas grades temporárias, que sempre dizem o que devo fazer pra me sentir feliz - sem funcionar, de fato. É uma forma de preenchimento para meu vazio... mesmo que momentâneo.
Será que já estive tão misturada em mim mesma? em minhas situações? em minhas decisões não feitas?
Tem algo faltando.
Por tal motivo, vem a cobrança excessiva, o buraco que não é preenchido, a falta, o aperto (que quanto mais aperta, mais largo fica), os dias que viram sem um motivo bom, ou um plano feliz.
Muitos dias quando acordo parece que estou morta. Isso mesmo, morta em vida. Falta aquela euforia de se levantar, fazer coisas diferentes, de desfrutar, inovar, construir, refletir. Como viver em estado vegetativo, entende?
Ao mesmo tempo que tudo parece tão complicado, me vem uma solução simples em mente. Pena estar tão distante!

domingo, 15 de junho de 2014

Mantenha a fé

Não percas a tua fé entre as sombras do mundo. Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo. Crê e trabalha. Esforça-te no bem e espera com paciência. Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá. De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo. Eleva, pois, o teu olhar e caminha. Luta e serve. Aprende e adianta-te. Brilha a alvorada além da noite. Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte. Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia. 


Como anda a vida



É claro que a gente gosta de escrever, de cuidar da vida com palavras, de voar no desenrolar de cada frase. E de forma tão enigmática o que sentimos passa a ser desenhado no branco do papel, que passa a ser preenchido com o tempo. E perdemos um pouco a prática de dizer daquele modo bonito, e nesse mesmo instante, toca as pessoas que tiram seus minutos para dedicar-se a uma leitura consistente, que auxilie em sua evolução. 
Como tudo na vida, sem a prática perdemos o jeito. Aquele toque mágico do lugar em que se quer chegar. E então só se vive, não mais se escreve, não mais fotografa, só assiste ao passar dos dias, com uma cerveja para cada lembrança, e as mesmas pessoas velhas.
Aquele erro de querer o diferente persiste, mas o cansaço dos corpos só permite fazer o de sempre, o que é confortável e não tem erro. Mas eu gosto da vida aconchegante assim, em que o fim de domingo não me amedronta e nesse mundo, aprendi a conviver com minha família, que é doce a seu próprio modo. A vida tem-se feito boa, poderia arriscar a dizer que divina, afastando bem pra longe tudo que vem disfarçado de ruim no meu caminho. E não nos esquecemos de espantar os fantasmas sem amor, que logo perderão o seu sustento e nos deixarão em paz.

domingo, 2 de março de 2014

Sobre chorar



"E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário: por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo."

domingo, 26 de janeiro de 2014

Leve a vida leve

É necessário compartilhar quando a vida está leve. Compartilhar apenas para minha companhia preciosa, as palavras. Pelo passar dos dias tenho me sentido melhor, focando na leitura, em acordar cedo e cumprir minhas obrigações, que antes eu não tinha forças. Tem chovido bastante, e eu não me sinto frágil. Se quando acordo vem algum pensamento triste, pessimista, eu tento lembrar que as coisas vão bem, que não tenho com a que me ater de preocupação. 
Eu nem preciso de planos esvoaçantes para me confortar, só sei que sorrio de tranquilidade por estar no calor do meu sofá, vendo meu filme preferido.